Impakt 01/2022

01 2022 Zeitschrift der AHK Portugal Revista da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã Industrie 4.0 – Wie weit ist die vierte industrielle Revolution in Portugal und Deutschland? Indústria 4.0 – Qual o avanço da quarta revolução industrial em Portugal e na Alemanha?

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01 2022 / IMPAKT 3 04 2021 Eigentum und Herausgabe / Propriedade e Edição AHK Portugal Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã Verantwortlich / Diretor Hans-Joachim Böhmer Sitz und Redaktion / Sede e Redação Av. da Liberdade 38 - 2º 1269-039 Lisboa - Portugal T +351 213 211 200 · F +351 213 467 150 infolisboa@ccila-portugal.com www.ccila-portugal.com NPC 500919844 Anzeigen / Publicidade Susana Meyer T. +351 213 211 240 susana-meyer@ccila-portugal.com Grafik / Grafismo Catarina Silva, Yellow Rocket Design Erscheinungsweise / Periodicidade Dreimonatig / Trimestral Depósito Legal Nº 162119/01 Registo na ERC 125269 Wir haben uns bei der Zusammenstellung der Informationen um eine sehr aufmerksame und sorgfältige Vorgehensweise bemüht. Jedoch übernehmen wir nicht die Verantwortung für die Richtigkeit der Informationen, Referenzen, Artikel, Fotos, Anzeigen, etc., wie auch für eventuelle Rechtschreibfehler. Die veröffentlichten Artikel unterliegen den Rechten des Autors. / Foi do nosso esforço compilar todas as informações com muito cuidado e atenção. Não nos responsabilizamos, no entanto, pela veracidade das informações, referências, artigos, fotos, publicidade, etc., bem como eventuais erros tipográficos. Os artigos publicados obedecem aos direitos de autor. THEMEN / TEMAS VORWORT EDITORIAL Industrie 4.0 – seit über 10 Jahren bewegt es die Wirtschaft Indústria 4.0 mexe com a economia há mais de 10 anos 5 Industrie 4.0 – Wie weit ist die vierte industrielle Revolution in Portugal und Deutschland ? Indústria 4.0 - Até que ponto está a quarta revolução industrial em Portugal e na Alemanha? 6 "Die Bilanz von Industrie 4.0 in Portugal bewerten wir (als) sehr positiv" “Podemos fazer um balanço muito positivo da aplicação da Indústria 4.0 em Portugal” 14 "Die großen Fragen, mit denen wir uns beschäftigen, stellen sich nicht nur in Deutschland, sondern auch auf internationaler Ebene" "As grandes questões que nos ocupam não são exclusivas da Alemanha, mas colocam-se a nível internacional" 22 Die Auswirkung der Industrie 4.0 auf die Unternehmen O impacto da Indústria 4.0 nas empresas 28 Industrie 4.0 in Portugal und die tatkräftige Unterstützung der AHK A Indústria 4.0 em Portugal e o apoio da Câmara Luso-Alemã 34

KAMMER-KONTAKTE / CONTACTOS DA CÂMARA 4 IMPAKT / 01 2022 HANS-JOACHIM BÖHMER Geschäftsführendes Vorstandsmitglied Diretor Executivo hansjoachim-boehmer@ccila-portugal.com "Die ganze Branche interagiert ja stark miteinander und das was für die einzelne Firma gilt lässt sich auf den ganzen Sektor weiterdenken." "Todos os intervenientes setoriais interagem entre si e o que se aplica a uma empresa isolada pode ser replicado para todo o setor." Geschäftsführendes Vorstandsmitglied / Director Executivo Hans-Joachim Böhmer T +351 213 211 223 · hansjoachim-boehmer@ccila-portugal.com Marktberatung / Consultoria de Mercado Paulo Azevedo Abteilungsleiter / Diretor de Departamento T +351 213 211 204 · paulo-azevedo@ccila-portugal.com Rechts- und Steuerabteilung / Departamento Jurídico Caroline Domingues Abteilungsleiterin / Diretora de Departamento T +351 213 211 226 · caroline-domingues@ccila-portugal.com Verantwortliche Medien & Öffentlichkeitsarbeit / Abteilung Kommunikation Responsável Media & Relações Públicas / Departamento Comunicação Betina Marreiros T +351 213 211 215 · betina-marreiros@ccila-portugal.com Mitgliederservice / Serviço de Sócios Sílvia de Almeida T +351 226 061 560 · silvia-almeida@ccila-portugal.com Dual - Berufliche Qualifizierung / Dual - Qualificação Profissional Elísio Silva Leitung DUAL / Direção DUAL Avenida Infante D. Henrique, Lote 320, Entreposto 2, Fracção 2, Piso 2 · 1800-220 Lisboa T +351 213 474 415 · esilva@dual.pt Messen / Feiras Deutsche Messe AG, Hannover / Feira de Hanôver Spielwarenmesse Nürnberg / Feira de Brinquedos de Nuremberga Mónica Colaço T +351 226 061 560 · feirahanover@ccila-portugal.com Berlin Messe / Feira de Berlim Anna Löcke T +351 226 061 566 · anna-loecke@ccila-portugal.com Buchhaltung / Contabilidade Elisa Curado Marques T +351 213 211 224 · elisa-marques@ccila-portugal.com Zweigstelle Porto / Delegação Porto Av. Sidónio Pais 379, 4100-468 Porto T +351 226 061 560 · F +351 226 003 789 Leitung der Zweigstelle und Mitgliedermanagement Gerência da Delegação e Gestão de Sócios Rosário Carvalho T +351 226 061 565 · rosario-carvalho@ccila-portugal.com Av. da Liberdade 38, 2º · 1269-039 Lisboa Tel.: +351 213 211 200 · Fax: +351 213 467 150 infolisboa@ccila-portugal.com www.ccila-portugal.com

VORWORT / EDITORIAL 01 2022 / IMPAKT 5 Industrie 4.0 – seit über 10 Jahren bewegt es die Wirtschaft Indústria 4.0 mexe com a economia há mais de 10 anos A Indústria 4.0 – pela primeira vez um tema na HANNOVER MESSE 2011, há seis anos um ponto principal na agenda da Indústria em Portugal e para além disso – já não pode ser retirada das reflexões da economia. Mas onde nos encontramos atualmente, o que significa este conceito para as empresas na Alemanha, em Portugal ou noutros locais? Como explica Jorge Portugal, Diretor Executivo da COTEC, “os primeiros dois anos do programa foram ocupados a explicar o significado da Indústria 4.0 e que novos modelos de negócio podem surgir através da integração de novas tecnologias”. Esta constatação não se aplica com certeza apenas a Portugal. Mesmo que esta quarta revolução na história da indústria seja evidente para muitos, até ao (re)conhecimento da sua aplicabilidade e da sua utilização nas empresas vai – parcialmente – um longo caminho. E quando falamos da interconexão de processos, que é um tema central da Indústria 4.0, trata-se de um percurso que não pode terminar nas portas da nossa fábrica – todos os intervenientes setoriais interagem entre si e o que se aplica a uma empresa isolada pode ser replicado para todo o setor. Não um “Pode” mas um “Deve”? Com estas tarefa ocupa-se Catena-X, que procura conectar todos os participantes da cadeia de valor da indústria automóvel através de ligações digitais, ou seja, fornecedores, materiais, produção, distribuição – e muito mais. Como explica Johannes Kalhoff da Plattform Industrie 4.0 nesta IMPAKT, “este projeto pode constituir-se como um plano de ação para outras indústrias que pretendam aplicar a digitalização nas suas áreas de atuação”. E o nosso próprio setor não é a fronteira se queremos levar o conceito mais além. A economia está perante grandes desafios, em particular se a digitalização de todas as áreas deve ser intersetorial. O investimento em novas tecnologias é dispendioso – José Couto, Presidente da AFIA reconhece maiores dificuldades para as PME que querem apanhar o comboio da Indústria 4.0. O Governo português também sabe isso. No Plano de Recuperação e Resiliência prevê cerca de 650 milhões de euros para este efeito – uma parte deste valor para o apoio às empresas. Considerando a interligação entre os nossos dois países, as relações económicas luso-alemãs podemdar novos impulsos à implementação da digitalização, para os quais contribuem também as atividades da Câmara. \\ Industrie 4.0 – erstmals auf der HANNOVER MESSE 2011 ein Thema – und seit 6 Jahren ein Schwerpunkt auf der Agenda der Industrie Portugals – und darüber hinaus – ist aus den Überlegungen der Wirtschaft nicht mehr wegzudenken. Aber wo stehen wir im Augenblick, was bedeutet es für die Unternehmen in Deutschland, Portugal oder anderswo? Wie COTEC-Geschäftsführer Jorge Portugal erklärt, „ging es in den ersten zwei Jahren vor allem darum, zu zeigen, was Industrie 4.0 eigentlich bedeutet und welche neuen Geschäftsmodelle durch die Integration neuer Technologien entstehen können“. Diese Feststellung lässt sich bestimmt nicht nur für Portugal treffen. Auch wenn diese vierte Revolution in der Industrie-Geschichte vielen einleuchtend ist, bis zur (Er-)Kenntnis der jeweiligen Anwendbarkeit und schließlich Umsetzung im eigenen Betrieb ist ein - teilweise - langer Weg. Und wenn wir von Vernetzung von Prozessen, wie es ja bei Industrie 4.0 Kernthema ist, sprechen kann dieser Prozess nicht an den eigenen Fabriktoren aufhören – die ganze Branche interagiert ja stark miteinander und das was für die einzelne Firma gilt lässt sich auf den ganzen Sektor weiterdenken. Kein Kann sondern ein Muss? Damit beschäftig sich Catena-X, hier wird versucht sämtliche Teilnehmer der Wertschöpfungskette in der Automobilindustrie über digitale Ketten miteinander zu verbinden, also Lieferanten, Materialien, Produktion und Auslieferung – und noch mehr. Wie Johannes Kalkhoff von der Plattform Industrie 4.0 in dieser IMPAKT sagt „Dieses Projekt kann eine Blaupause für andere Industrien sein, die die Digitalisierung auf ihre Bereiche anwenden wollen“. Und auch der eigene Sektor ist nicht die Grenze, wenn man das ganze weiterdenken will. Die Wirtschaft steht vor großen Herausforderungen, insbesondere dann, wenn die Digitalisierung alle Bereiche sektorübergreifend betreffen soll. Investitionen indieneuenTechnologien sindkostspielig – da sieht AFIA-Präsident José Couto gerade für KMUs größere Schwierigkeiten, auf den Zug Industrie 4.0 aufzuspringen. Das weiß auch die portugiesische Regierung. Im Resilienz- und Wiederaufbauplan (PRR) sind deshalb für die Digitalisierung rund 650 Millionen Euro vorgesehen - ein Teil davon für die Unterstützung der Unternehmen. Angesichts der Verflechtung zwischen unseren beiden Ländern können nicht zuletzt die deutsch-portugiesischen Wirtschaftsbeziehungen bei der Umsetzung der Digitalisierung neue Impulse setzen. Auch die Aktivitäten der Kammer tragen dazu bei. \\

INDUSTRIE 4.0 – WIE WEIT IST DIE VIERTE INDUSTRIELLE REVOLUTION IN PORTUGAL UND DEUTSCHLAND? INDÚSTRIA 4.0 – QUAL O AVANÇO DA QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL EM PORTUGAL E NA ALEMANHA? 6 IMPAKT / 01 2022 Industrie 4.0 – Wie weit ist die vierte industrielle Revolution in Portugal und Deutschland? Indústria 4.0 – Qual o avanço da quarta revolução industrial em Portugal e na Alemanha?

01 2022 / IMPAKT 7 Os primeiros passos digitais da indústria foram dados nos anos 60 do século XX: o construtor automóvel americano General Motors colocou em funcionamento um controlador lógico programável. No setor das máquinasferramentas, as empresas mais propensas à inovação começaram a apostano controloeletrónicodas suasmáquinas. Os computadores deveriam tornar certos processos de produção mais precisos e automatizados. Mas a sociedade teria de esperar ainda meio século por um conceito que acompanhasse todo o ciclo de vida do produto por via digital. A expressão “Indústria 4.0” foi utilizada pela primeira vez na HANNOVERMESSE emabril de 2011, remetendo para uma iniciativa da União de Investigação (“Forschungsunion”, um antigo conselho consultivo do Governo Federal alemão) e descrevia uma “quarta” revolução industrial, baseada num conjunto de inovações digitais. Por exemplo, o CloudComputing, BigData ou a “Internet das Coisas” (do inglês, Internet of Things): objetos são ligados em rede com a internet para possibilitar a comunicação com os humanos e definir um fluxo de materiais ou de produção. Com o auxílio dos dados dos sensores que estão integrados em todo o ciclo de vida do produto, é criado uma cópia digital (ou um “gémeo digital”) do mundo industrial real, de modo a tornar todo o processo de produção mais eficiente, livre de erros, mas também mais individualizado. A integração da inteligência artificial neste contexto desempenha um papel preponderante. Esta é, pelo menos, a visão da Indústria 4.0. E a realidade? Até que ponto é que o conceito avançou realmente nos últimos anos em Die ersten digitalen Gehversuche der Industrie reichen in die 1960er Jahre zurück: Beim amerikanischen Autobauer General Motors kam die speicherprogrammierbare Steuerung zum Einsatz. Und im Werkzeugmaschinenbau begannen innovationsfreundliche Unternehmen auf die elektronische Steuerung der Maschinen zu setzen. Die Computer sollten bestimmte Produktionsprozesse präziser machen und automatisieren. Doch auf ein Konzept, dass den gesamten Lebenszyklus eines Produkts digital abbildet, sollte die Öffentlichkeit noch ein halbes Jahrhundert warten müssen. Der Begriff „Industrie 4.0“ wurde auf der HANNOVER MESSE im April 2011 zumerstenMal genannt. Er geht zurück auf eine Initiative der Forschungsunion (ein ehemaliges Beratungsgremium der Bundesregierung) und beschreibt eine „vierte“ industrielle Revolution, die sich auf eine Reihe von digitalen Innovationen stützt. Zum Beispiel dem Cloud Computing, Big Data oder dem „Internet der Dinge“ (engl: Internet of things): Gegenständen werden mit dem Internet vernetzt, um die Kommunikation mit den Menschen zu ermöglichen und einen Material- oder Produktionsfluss festzulegen. Mit Hilfe von Sensorendaten, die in den gesamten Lebenszyklus eines Produkts eingebunden sind, soll ein digitales Abbild (oder digitaler Zwilling) der realen Industriewelt geschaffen werden, um den gesamten Produktionsprozess effizienter, fehlerfreier, aber auch individueller zu machen. Die Einbindung von künstlicher Intelligenz spielt dabei eine wichtige Rolle. So zumindest sieht die Vision aus. Und die Wirklichkeit? Wie weit ist das Konzept Industrie 4.0 in Portugal und Deutschland in den vergangenen Jahren tatsächlich fortgeschritten? Welche Erfolge können Verbände, Forschungseinrichtungen und Unternehmen vorweisen. Auf welche Hindernisse stoßen sie bei der Umsetzung des Konzepts? „In den vergangenen Jahren haben wir hinsichtlich Industrie 4.0 dieGrundlagengeschaffen,“ sagt Christoph Baum, Geschäftsführer des Fraunhofer-Instituts für Produktionstechnologie IPT in Aachen. „Die Datenerfassung ist Stück für Stück transparenter geworden. Und jetzt kommen wir insgesamt in eine Phase, in der wir die Digitalisierung besser nutzbar machen und daraus Wert schöpfen können.“ Auch Johannes Kalhoff, Fachleiter bei Phoenix Contact und Mitglied des Lenkungskreises der deutschen Plattform Industrie 4.0, zieht ein positives Fazit, wenn er darauf blickt, was im vergangenen Jahrzehnt seit der Einführung des Begriffs Industrie 4.0 geschehen ist: „Die Plattform 4.0 hat viel erreicht und verstärkt nun die industrielle Umsetzung. Die Basistechnologie des Digitalen Zwillings wurde erschaffen und wird mit der Industrial Digital Twin Association e. V. (IDTA) zu einem globalen Open-Source-Standard für die Interoperabilität von Komponenten vorangetrieben,“ sagt Kalhoff im Interview mit IMPAKT (siehe S. 22). Kalhoff verweist auf die europäische Cloud-Infrastruktur IPCEI-Industrial Cloud und auf das laufende europäische Projekt Gaia-X, das in Europa eine sichere und offene Daten-Infrastruktur aufbauen will: „Diese Projekte bieten die Chance, die entscheidende Phase von Industrie 4.0 erfolgreich zu gestalten“, so Kalhoff. Portugal übernimmt dabei auch einen wichtigen Beitrag: Das Projekt Gaia-X hat an der portugiesischen Universität Aveiro Fuß gefasst: Im Juni 2021 wurde hier ein Hub des europäischen Datennetzwerks eröffnet. TILO WAGNER Christoph Baum - Geschäftsführer des Fraunhofer-Instituts für Produktionstechnologie IPT / Diretor Executivo do Instituto Fraunhofer de Tecnologia de Produção IPT

INDUSTRIE 4.0 – WIE WEIT IST DIE VIERTE INDUSTRIELLE REVOLUTION IN PORTUGAL UND DEUTSCHLAND? INDÚSTRIA 4.0 – QUAL O AVANÇO DA QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL EM PORTUGAL E NA ALEMANHA? 8 IMPAKT / 01 2022 Portugal e na Alemanha? Quais os sucessos já alcançados que associações, instituições de investigação e empresas podem apresentar? Quais os obstáculos que encontraram na aplicação do conceito? “Nos últimos anos criámos as bases para a Indústria 4.0”, afirma Christoph Baum, Diretor Executivo do Institut Fraunhofer de Tecnologia de Produção IPT em Aachen. “A captação de dados ficou, a pouco e pouco, mais transparente. E agora estamos numa fase na qual podemos aproveitar melhor a digitalização e tirar uma mais-valia deste uso". Também Johannes Kalhoff, responsável setorial da Phoenix Contact, membro do círculo dirigente da Plattform Industrie 4.0, faz um balanço positivo quando observa o que já foi alcançado na última década desde a introdução da expressão Indústria 4.0: “A Plataforma 4.0 já alcançou muito e está agora a reforçar a implementação industrial. Foi criada a tecnologia de base do “Gémeo Digital” e, em colaboração com a Industrial Digital Twin Association e. V. (IDTA), está a ser desenvolvida para um Open-Source-Standard global para a interoperabilidade de componentes,” explica na sua entrevista à IMPAKT (ver página 22). Kalhoff refere-se à estrutura europeia em cloud IPCEI-Industrial Cloud e ao projeto europeu Gaia-X, que tem por objetivo construir uma infraestrutura de dados segura e aberta na Europa: “Estes projetos oferecem todas as possibilidades, de configurar a fase decisiva da Indústria 4.0 com sucesso,” assim Kalhoff. Portugal também assume uma contribuição importante: o projeto Gaia-X estabeleceu-se na Universidade de Aveiro, onde, em junho de 2021 foi inaugurado um hub da rede de dados europeia. Em Portugal, o conceito da Indústria 4.0 está há seis anos na agenda. Desde o início foi previsto não incluir apenas os setores industriais, mas o conjunto da economia. Com o objetivo de preparar as empresas portuguesas para a digitalização, o Governo trabalhou em 2016 com mais de 200 instituições e empresas do setor agrícola (produção, transformação, transporte e armazenamento), do comércio a retalho (distribuição, comércio Das Konzept Industrie 4.0 steht seit sechs Jahren in Portugal auf der Agenda. Von Beginn an sollte nicht nur der rein industrielle Sektor mit einbezogen werden, sondern die gesamte Wirtschaft. Um die portugiesischen Unternehmen auf die Digitalisierung vorzubereiten, hatte die Regierung im Jahr 2016 mit mehr als 200 Einrichtungen und Unternehmen zusammengearbeitet: aus der Agrarindustrie (Produktion, Verarbeitung, Transport und Lagerung), dem Einzelhandel (Vertrieb, E-Commerce, Textilien, Schuhe), dem Tourismus und der Automobilindustrie (Formen, Kunststoffe, Maschinen, Robotik, Elektronik). Ab 2017 konzipierte die Regierung dann zusammen mit dem Unternehmensverband COTEC das Programm für die Umsetzung von Industrie 4.0: „In den ersten zwei Jahren ging es vor allem darum, zu zeigen, was Industrie 4.0 eigentlich bedeutet und welche neuen Geschäftsmodelle durch die Integration neuer Technologien entstehen können,“ sagt der Geschäftsführer von COTEC, Jorge Portugal, im Interview mit IMPAKT (siehe S.14). „In einer späteren Phase hat sich das Programm damit befasst, Manager und Techniker weiter aus- und fortzubilden, damit klar wird, welchen großen Nutzen sie aus der Integration der neuen Technologien schöpfen können.“ Die Notwendigkeit der Digitalisierung wird in der portugiesischen Unternehmenslandschaft bereits seit Jahren mitgedacht. „Viele Unternehmen unseres Verbandes übernehmen die Konzepte und Werkzeuge der additiven Fertigung, weil sie die Anforderungen an Menge und Spezifität erfüllen können,“ berichtet José Couto, Präsident des portugiesischen Verbands der Zulieferer für die Automobilindustrie (AFIA). „Einige Firmen haben damit begonnen, auf autonome und kollaborative Roboter sowie intelligente Maschinen zu setzen. Sie haben Technologien eingeführt, um die Verbindung zwischen den Geräten zu verbessern und die Entscheidungsfindung zu erleichtern.“ Nicht zuletzt hat die Covid-19-Pandemie dazu geführt, dass digitale Technologien stärker in den Vordergrund gerückt sind. Portugal übernimmt einen wichtigen Beitrag: Das Projekt Gaia-X hat an der portugiesischen Universität Aveiro Fuß gefasst: Im Juni 2021 wurde hier ein Hub des europäischen Datennetzwerks eröffnet. / Portugal está a dar um contributo importante: O projeto Gaia-X ganhou terreno na Universidade Portuguesa de Aveiro: em junho de 2021, foi aqui inaugurado um hub da rede europeia de dados.

01 2022 / IMPAKT 9 eletrónico, têxtil, calçado), do turismo e da indústria automóvel (moldes e plásticos, maquinaria, robótica, eletrónica). A partir de 2017, o Governo traçou com a associação empresarial COTEC o programa para a implementação da Indústria 4.0: “Os primeiros dois anos do programa foram ocupados a explicar o significado da Indústria 4.0 e que novos modelos de negócio podem surgir através da integração de novas tecnologias”, explica Jorge Portugal, Diretor Geral da COTEC, na sua entrevista à IMPAKT (ver página 20). “Numa fase posterior, o programa procurou dar aos gestores e técnicos formação inicial e contínua para que estes tivessem consciência sobre as enormes vantagens que poderiam retirar da integração das novas tecnologias.” Há anos que a necessidade da digitalização está a ser pensada na paisagem empresarial portuguesa: “Muitas empresas estão a adotar os conceitos e ferramentas de additive manufacturing, pela capacidade de responderem a requisitos de quantidades e especificidades”, refere José Couto, Presidente da AFIA, a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel. “Algumas empresas encetaramprocessos de introduçãode robôs autónomos e colaborativos, demáquinas inteligentes. Introduziram tecnologia Das betrifft die Kommunikation zwischen den Mitarbeitern, die in einer Zeit von Lockdown und Kontaktbeschränkungen über digitale Plattformen abgewickelt wurden. Und es betrifft auch die Produktionsabläufe in der metallverarbeitenden Industrie: „Die Pandemie hat die Digitalisierung der Unternehmen des Sektors verstärkt, insbesondere bei der Remote-Steuerung von Prozessen und Abläufen, aber auch bei der Entwicklungwiderstandsfähigerer Kanäle zur Verbindung von Kunden und Lieferanten. Auch im Bereich der künstlichen Intelligenz gibt es bereits mehrere Anwendungsbeispiele, von Managementfunktionen, die mit großen Informationsmengen umgehen (Qualität, Wartung usw.), bis hin zur Steuerung von Maschinen und Prozessen“, sagt José Carlos Caldeira vom Verband der metallverarbeitenden Industrie AIMMAP. Auch beim portugiesischen Pharmakonzern Bluepharma ist ein wichtiges Ziel bei der Umsetzung von Industrie 4.0 mittlerweile erreicht: Bluepharma will den Produktionsprozess ausschließlich digital dokumentieren und den Konzern so weit wie möglich frei von Papier machen. Das spare Geld und komme gleichzeitig der Umwelt zugute, sagt Paulo Barradas Rebelo, CEO von Bluepharma: „Wir wollten unser Unternehmen so transparent wie möglich machen, damit die Kunden zu jedem möglichen Zeitpunkt auf alle notwendigen Informationen hinsichtlich der Produktion zugreifen können.“ Für portugiesische Technologieunternehmen wie Uartrónica ist Industrie 4.0 Teil des täglichen Geschäfts. Das Unternehmen produziert Elektronik-Platinen für Autos, Kabel-TV-Boxen oder Beleuchtungsanlagen. Seit 2013 ist Uartrónica Teil der Wertschöpfungskette der Automobilindustrie und dieser Schritt hat die Digitalisierung zusätzlich beschleunigt. „Mit der Einführung dieser Technologien wurden drei Hauptziele verfolgt: die Rückverfolgbarkeit von Informationen, die Verringerung menschlicher Fehler und die Kontrolle der Verwaltung. Mit diesen Voraussetzungen könnenwir eine produktive Struktur garantieren, die mit höherer Qualität und Zuverlässigkeit und zu niedrigeren Kosten produziert. Wir werden wettbewerbsfähiger und öffnen Türen zu neuen Märkten“, sagt Bruno Vidal, Geschäftsführer von Uartrónica. Die Digitalisierung ist aber auch ein wichtiger Schritt, um den Exportmarkt für portugiesische Produkte zu erweitern. Das zeigt sich am Beispiel des multinationalen Unternehmens Controlar mit Sitz in Alfena, nördlich von Porto. Controlar hat sich auf die Bereiche Industrieautomation und Testsysteme spezialisiert, insbesondere für die Automobilindustrie, und auf nationaler und internationaler Ebene als Referenz etabliert. Industrie 4.0 spielt dabei eine ganz wichtige Rolle, um im globalen Wettbewerb die Nase vorne zu haben: "Der Einfluss der Digitalisierung in der Industrie ist ungebrochen und wird zur Pflicht für Unternehmen, die ihr Geschäft in Schwung halten und der Konkurrenz voraus sein wollen", sagt Maria João Gonçalves, Global Manager Marketing und Kommunikation bei Controlar. Industrie 4.0 lässt sich vor allem dann umfassend angehen, wenn zum Beispiel beim Bau einer neuen Produktionsstätte die Digitalisierung von Beginn an mitgedacht wird. So war das auch beim nordportugiesischen Spritzguss-Unternehmen Soplast. Im Oktober 2016 brannte die Soplast-Fabrik in Valongo vollständig ab – das Unternehmen hatte einen Totalschaden zu verkraften. Der Wiederaufbau begann unter neuen Vorzeichen, berichtet Das Konzept Industrie 4.0 steht seit sechs Jahren in Portugal auf der Agenda. Von Beginn an sollte nicht nur der rein industrielle Sektor mit einbezogen werden, sondern die gesamte Wirtschaft. O conceito de Indústria 4.0 está na agenda em Portugal há seis anos. Desde o início, não apenas o setor puramente industrial deve ser incluído, mas toda a economia.

INDUSTRIE 4.0 – WIE WEIT IST DIE VIERTE INDUSTRIELLE REVOLUTION IN PORTUGAL UND DEUTSCHLAND? INDÚSTRIA 4.0 – QUAL O AVANÇO DA QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL EM PORTUGAL E NA ALEMANHA? 10 IMPAKT / 01 2022 para aumentar a interligação entre equipamentos e melhorar a tomada de decisões.” Por fim, a pandemia de Covid-19 levou a que as tecnologias digitais fossem colocadas em primeiro plano. Isto diz respeito à comunicação entre colaboradores que, durante um período de lockdown e de redução de contactos pessoais, se realizou em plataformas digitais. E diz também respeito aos processos de produção na indústria metalúrgica: “Durante a pandemia, as empresas do setor aumentaram o seu nível de digitalização, em particular no controlo remoto de processos e procedimentos, mas tambémnodesenvolvimentode canais sólidos para a comunicação com clientes e fornecedores. Também na área da inteligência artificial há já vários exemplos da aplicação de tecnologias digitais, desde as funções de gestão que trabalham com grandes quantidades de informação (qualidade, manutenção, etc.) até ao controlo de máquinas e processos”, diz José Carlos Caldeira, da AIMMAP, a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal. Também no grupo farmacêutico português Bluepharma foi já alcançada uma importante meta na implementação da Indústria 4.0: a empresa quer documentar o processo de produção exclusivamente por via digital e reduzir ao máximo o uso do papel em todos os serviços do grupo, o que poupa dinheiro e, ao mesmo tempo, beneficia o ambiente, explica Paulo Barradas Rebelo, CEO da Bluepharma. “Queremos que a nossa empresa seja o mais transparente possível para que os clientes possam, em qualquer momento, ter acesso à informação sobre a produção”. Para as empresas tecnológicas portuguesas como a Uartrónica, a Indústria 4.0 é uma parte da sua atividade diária. A empresa produz placas de circuitos eletrónicos para carros, boxes de televisão por cabo ou sistemas de iluminação. Desde 2013 que a Uartrónica é uma parte da cadeia de valor da indústria automóvel e, com este passo, a digitalização ganhou ainda mais velocidade. “A implementação destas tecnologias assentou em três grandes objetivos, a traçabilidade da informação, a redução de erro humano e o controlo de gestão. Garantindo uma estrutura produtiva com estes pressupostos conseguimos produzir com mais qualidade, fiabilidade e a menor custo. Tornamo-nos mais competitivos e abrimos portas a novos mercados”, refere Bruno Vidal, Diretor Executivo da Uartrónica. Henrique Rézio, Geschäftsführer von SOPLAST: „Das Konzept der Industrie 4.0 war eines der strategischen Ziele, die wir für die neue SOPLAST identifiziert haben. Dies förderte die Ausrichtung aller Bereiche des Unternehmens und seiner Verantwortlichen auf dieses neue Paradigma, das notwendigerweise als transversal für die gesamte Organisation und nicht exklusiv für einen Sektor betrachtet werden muss.“ Mit Hilfe von 4.0-Technologien wie BigData, dem Internet der Dinge und Cloud-Computing wurde ein Business-Analytics-System errichtet, das jedes produzierte Bauteil von der Beschaffung des Rohmaterials bis zum Versand durchleuchtet. Die Prozessschritte des gesamten Produktionsprozesses können nun in Echtzeit beobachtet werden. Noch umfassender wird dieses Konzept zurzeit beim Bau einer Batteriefabrik inMünster umgesetzt. Unter Leitung von Fraunhofer wird die „Forschungsfabrik Batteriezelle FFB“ mit Hilfe von unterschiedlichen digitalen Zwillingen entworfen: Ein digitaler Gebäudezwilling für den Bau der Fabrikhalle; ein digitaler Anlagenzwilling für die Anordnung der Maschinen; und die digitalen Produktzwillinge die in den digitalen Anlagenzwillinge erzeugt werden. „Über eine Batteriezelle, die aus diesem Produktionsprozess herauskommt, wissen wir sofort, woher das Lithium dafür geliefert wurde, welche Fabrikeingangsdaten für die © Bosch media services "Einige Firmen haben damit begonnen, auf autonome und kollaborative Roboter sowie intelligente Maschinen zu setzen. Sie haben Technologien eingeführt, um die Verbindung zwischen den Geräten zu verbessern und die Entscheidungsfindung zu erleichtern." “Algumas empresas começaram a contar com robôs autônomos e colaborativos e máquinas inteligentes. Eles introduziram tecnologia para melhorar a conectividade entre dispositivos e facilitar a tomada de decisões." JOSÉ COUTO, AFIA

01 2022 / IMPAKT 11 A digitalização é também um passo determinante para alargar o mercado de exportação dos produtos portugueses, o que pode ser observado, por exemplo, na Controlar, uma empresa multinacional com sede em Alfena, a norte do Porto. A empresa especializou-se nas áreas de automação industrial e sistemas de teste, em particular para a indústria automóvel e tornou-se uma referência nacional e internacional. A Indústria 4.0 desempenha um papel muito importante neste contexto, para assegurar um lugar dianteiro perante a concorrência global. “A influência da digitalização na indústria mantém-se intacta e torna-se obrigatória para as empresas que querem manter os seus negócios em movimento e ocupar um lugar dianteiro perante a concorrência”. afirma Maria João Gonçalves, Marketing and Communication Global Manager da Controlar. O conceito de Indústria 4.0 é sobretudo aplicável de forma abrangente quando é pensado desde o início como por exemplo na construção de uma nova fábrica. Foi o que aconteceu na empresa de injeção de plásticos Soplast. Em outubro de 2016 as instalações da fábrica foram destruídas por um incêndio – a empresa enfrentou a perda total. A reconstrução começou sob um novo presságio, explica Henrique Rézio, Diretor Geral da SOPLAST: “O conceito Indústria 4.0 foi um dos objetivos estratégicos que identificámos para a nova SOPLAST e isso promoveu um alinhamento de todas as áreas da empresa e seus responsáveis em torno deste novo paradigma, que necessariamente tem que ser encarado como transversal a toda a organização e não exclusivo de um setor.” Com o apoio de tecnologias 4.0 como Big-Data, a Internet das Coisas e Cloud-Computing foi alcançado um sistema de Business Analytics que analisa cada peça produzida desde a aquisição de matéria-prima e componentes até à sua expedição. Todos os passos do processo de produção e respetivos parâmetros podem ser observados agora em tempo real. Na construção de uma fábrica de baterias emMünster (Alemanha), o conceito está a ser aplicado de forma ainda mais abrangente. Sob direção do Instituto Fraunhofer, a “Forschungsfabrik Batteriezelle FFB” está a ser desenvolvida com o auxílio de diferentes gémeos digitais: um gémeo digital do edifício para a construção do pavilhão fabril, umgémeo digital dos equipamentos Zelle vorliegen und welche Produktionsparameter sie unter welchen Bedingungen in der Fabrik durchlaufen hat. Wenn wir diese Daten dann mit den Performance-Daten koppeln, können wir genau herausfinden, weshalb eine Zelle gut oder weniger gut funktioniert“, sagt IPT-Geschäftsführer Christoph Baum. Wie die Digitalisierung auf einen ganzen Sektor wirken kann, wird zurzeit anhand eines skalierbarenÖkosystems gemessen. Catena-X versucht sämtliche Teilnehmer der Wertschöpfungskette in der Automobilindustrie über digitale Kettenmiteinander zu verbinden, also Lieferanten, Materialien, Produktion und Auslieferung. José Couto - Präsident des portugiesischen Verbands der Zulieferer für die Automobilindustrie (AFIA) / Presidente da Associação Portuguesa de Fornecedores Automóvel (AFIA) 5G brings SMART FACTORIES to a new level 5G brings the possibility of faster and safer operation as well as new capabilities and efficiencies in industrial processes, but it also comes with increased complexity and performance demands for the network. Learn more about our services. www.rohde-schwarz.com/mnt/smart-factory

INDUSTRIE 4.0 – WIE WEIT IST DIE VIERTE INDUSTRIELLE REVOLUTION IN PORTUGAL UND DEUTSCHLAND? INDÚSTRIA 4.0 – QUAL O AVANÇO DA QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL EM PORTUGAL E NA ALEMANHA? 12 IMPAKT / 01 2022 para a organização das máquinas, e os gémeos digitais dos produtos que são produzidos nos gémeos digitais dos equipamentos. “Quando temos uma bateria que resulta deste processo de produção, sabemos de imediato de onde vem o lítio usado, quais os dados de entrada na fábrica existem para a célula e quais os parâmetros de produção seguidos na fábrica e em que condições estes aconteceram. Quando reunimos estes dados com os dados de performance sabemos exatamente porque é que uma célula funciona melhor ou pior”, explica o Diretor Executivo do IPT Christoph Baum. O impacto que a digitalização pode ter num setor inteiro está a ser medido atualmente num ecossistema escalável. Catena-X procura conectar todos os participantes da cadeia de valor da indústria automóvel através de ligações digitais, ou seja, fornecedores, materiais, produção, distribuição. Para além disso, procura-se analisar a forma como o veículo interage mais tarde com o meio. “Este projeto pode constituir-se como um plano de ação para outras indústrias que pretendam aplicar a digitalização nas suas áreas de atuação”, afirma Johannes Kalhoff. A economia continua, no entanto, a encontrar-se perante grandes desafios, sobretudo quando a digitalização deve envolver todas as áreas de uma forma intersetorial. Os investimentos nas novas tecnologias são dispendiosos, o que dificulta a adesão das PME. O Presidente da AFIA, José Couto, alerta que as pequenas empresas fornecedoras, com poucos recursos financeiros, têm dificuldades em investir o suficiente na digitalização: “É necessário aumentar o investimento porque o deficit de investimento das empresas portuguesas quando comparamos com as concorrentes nesta área é claro e faz a diferença.” Uma realidade à qual o Governo português não é alheio. No Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) estão, por isso, previstos cerca de 650 milhões de euros para a digitalização, uma parte dos quais é destinada ao apoio às empresas. Mas o dinheiro apenas pode ajudar se as empresas tiverem consciência de como pretendem aplicar a digitalização, defende o Diretor Executivo da COTEC Jorge Darüber hinaus soll aber weiter nachvollziehbar sein, wie ein Fahrzeug später mit der Umgebung interagiert. „Dieses Projekt kann eine Blaupause für andere Industrien sein, die die Digitalisierung auf ihre Bereiche anwenden wollen,“ sagt Johannes Kalhoff, Mitglied des Lenkungskreises der Plattform Industrie 4.0. Die Wirtschaft steht jedoch weiter vor großen Herausforderungen, insbesondere dann, wenn die Digitalisierung alle Bereiche sektorübergreifend betreffen soll. Investitionen in die neuen Technologien sind kostspielig. Kleinere und Mittlere Unternehmen haben deshalb größere Schwierigkeiten, auf den Zug Industrie 4.0 aufzuspringen. AFIA-Präsident José Couto weist darauf hin, dass kleinere Zulieferer-Firmen mit geringerer finanzieller Ausstattung in Portugal Schwierigkeiten haben, in die Digitalisierung ausreichend zu investieren: „Es ist notwendig, die Investitionen zu erhöhen, denn das Investitionsdefizit der portugiesischen Unternehmen im Vergleich zu ihren Konkurrenten in diesem Bereich ist eindeutig und macht den Unterschied aus.“ Das weiß auch die portugiesische Regierung. Im Resilienz- und Wiederaufbauplan (PRR) sind deshalb für die Digitalisierung rund 650 Millionen Euro vorgesehen, und ein Teil davon ist für die Unterstützung der Unternehmen angedacht. Das Geld allein kann aber nur weiterhelfen, wenn sich die Firmen bewusst sind, wie sie die Digitalisierung einsetzen wollen, sagt COTEC-Geschäftsführer Jorge Portugal: „Die Entscheidung darüber, welche Technologien tatsächlich notwendig sind, sollte sich daran orientieren, inwiefern dadurch die Produktivitätseffizienz gesteigert werden kann. Industrie 4.0 bringt ein Unternehmen auch dazu, sich allgemein Gedanken über das eigene Geschäftsmodell zu machen: Zum Beispiel die strategische Vision: Wo will das Unternehmen hin, was sind die Wettbewerbsvorteile? Dann muss das Unternehmen in die Technologien investieren, die diese Wettbewerbsvorteile erhöhen. "Es wurden bereits mehrere innovative Produkte und Dienstleistungen entwickelt, die den Bedürfnissen der Industrie nach flexibleren, nachhaltigeren, widerstandsfähigeren und wettbewerbsfähigeren Produktionsprozessen entsprechen und in denen digitale Technologien eine wichtige Rolle spielen." "Já foram desenvolvidos diversos produtos e serviços inovadores que atendem às necessidades da indústria por processos de produção mais flexíveis, sustentáveis, resilientes e competitivos e nos quais as tecnologias digitais desempenham um papel importante" JOSÉ CALDEIRA - AIMMAP

01 2022 / IMPAKT 13 Portugal: “A decisão sobre quais as tecnologias são, na realidade, necessárias deve ser tomada com base no aumento de produtividade que estas trazem à empresa. A Indústria 4.0 propicia que as empresas reflitam de uma forma geral sobre o seu modelo de negócios, como por exemplo, a sua visão estratégica: Para onde caminha a empresa, quais são as suas vantagens competitivas? Depois a empresa tem de investir nas tecnologias que contribuem para um aumento desta competitividade. Neste contexto, um investimento pode ser planeado ao longo de vários anos.” José Carlos Caldeira (AIMMAP) acredita que, em geral, Portugal seja umpaís aberto ao progresso tecnológico e às soluções digitais. Mais recentemente, as empresas portuguesas têm vindo a evidenciar-se também na área do desenvolvimento: “Importa destacar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no âmbito do Cluster PRODUTECH, em cuja fundação a AIMMAP esteve envolvida, envolvendo mais de uma centena de parceiros, entre produtores de tecnologias de produção, empresas dos diversos setores da indústria nacional e entidades do sistema científico e tecnológico. Foram já desenvolvidos vários produtos e serviços inovadores, que respondem às necessidades de a indústria implementar processos produtivos mais flexíveis, sustentáveis, resilientes e competitivos, e com uma forte incorporação de tecnologias digitais.” As relações económicas luso-alemãs podem dar novos impulsos à implementação da digitalização, não apenas as empresas alemãs que estão instaladas em Portugal, mas também as empresas na Alemanha, que trabalham em estreita colaboração com as suas congéneres portuguesas: “O facto de existirem empresas alemãs mais avançadas no processo de implantação dos conceitos da i4.0, obriga a equacionar a interligação a montante e jusante na cadeia de produção e geração de valor. Um relacionamento saudável pode empurrar as empresas portuguesas para um patamar mais evoluído da revolução industrial e tendo um parceiro que ajuda e passa experiência, evitando o erro,” afirma José Couto, da AFIA. \\ Dabei kann eine Investition über mehrere Jahre hinweg geplant werden.“ José Carlos Caldeira (AIMMAP) glaubt ganz allgemein, dass Portugal ein Land ist, dass offen ist für den technologischen Fortschritt und digitale Lösungen. In jüngster Zeit hätten sich portugiesische Unternehmen zudem in der Entwicklung stärker hervorgetan: „Hervorzuheben ist die Arbeit, die im Rahmen des PRODUTECH-Clusters entwickelt wurde, an dessen Gründung der Verband der metallverarbeitenden Industrie AIMMAP sowie mehr als hundert Partner beteiligt sind, darunter Hersteller von Produktionstechnologien, Unternehmen aus verschiedenen Sektoren der portugiesischen Industrie und wissenschaftliche sowie technologische Einrichtungen. Es wurden bereits mehrere innovative Produkte und Dienstleistungen entwickelt, die den Bedürfnissen der Industrie nach flexibleren, nachhaltigeren, widerstandsfähigeren und wettbewerbsfähigeren Produktionsprozessen entsprechen und in denen digitale Technologien eine wichtige Rolle spielen.“ Bei der Umsetzung der Digitalisierung können nicht zuletzt die deutsch-portugiesischen Wirtschaftsbeziehungen neue Impulse setzen. Und das betrifft nicht nur die deutschen Unternehmen, die in Portugal ansässig sind, sondern auch Firmen in Deutschland, die in enger Kooperation mit portugiesischen Unternehmen stehen: „Die Tatsache, dass es deutsche Unternehmen gibt, die bei der Umsetzung von i4.0-Konzepten schon weiter fortgeschritten sind, macht esnotwendig, dieVerflechtungvonvor- undnachgelagerten Bereichen der Produktions- und Wertschöpfungskette zu berücksichtigen. Eine gesunde Beziehung zu den deutschen Partnern kann portugiesische Unternehmen auf ein höheres Niveau der industriellen Revolution bringen. Wenn die deutschen Unternehmen unterstützen und Erfahrungen weitergeben, können Fehler vermieden werden“, sagt AFIA-Präsident José Couto. \\

INDUSTRIE 4.0 – WIE WEIT IST DIE VIERTE INDUSTRIELLE REVOLUTION IN PORTUGAL UND DEUTSCHLAND? INDÚSTRIA 4.0 – QUAL O AVANÇO DA QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL EM PORTUGAL E NA ALEMANHA? 14 IMPAKT / 01 2022 "Die Bilanz von Industrie 4.0 in Portugal bewerten wir sehr positiv" "Podemos fazer um balanço muito positivo da aplicação da Indústria 4.0 em Portugal" COTEC Portugal ist der wichtigste portugiesische Unternehmensverband zur Förderung geschäftlicher technologischer Innovation und Zusammenarbeit. Das Universum von COTEC Portugal umfasst multinationale Unternehmen, große nationale Konzerne und KMU in den verschiedensten Tätigkeitsbereichen, die insgesamt mehr als 16 Prozent des BIP an Bruttowertschöpfung und 8 Prozent der privaten Beschäftigung ausmachen. Die Hauptaktivitäten von COTEC Portugal beinhalten die Vorausnahme und Reflexion wichtiger Innovationsthemen mit Auswirkungen auf die Wettbewerbsfähigkeit von Unternehmen, die Aktivierung von Kooperationsplattformen und Netzwerken und den Beitrag zur Verbesserung staatlicher Maßnahmen in Bezug auf Innovationsfragen. In diesem Zusammenhang wird auch Industrie 4.0 mit einbezogen, wobei COTEC als Vermittler zwischen öffentlichen Strukturen und Unternehmen fungiert. Impakt sprach mit Jorge Portugal, Hauptgeschäftsführer von COTEC, der die Auswirkungen von Industrie 4.0 im Land analysiert. Impakt: Der Begriff Industrie 4.0 wurde im Jahr 2011 auf der HANNOVER MESSE vorgestellt. Seit wann spielt das Konzept auch in Portugal eine Rolle? Jorge Portugal: Das ursprüngliche Konzept aus dem Jahr 2011 war zunächst vor allem für die Industrie konzipiert worden. Es basiert vor allem auf der Idee, die Maschinen in den Produktionsprozessen mit digitalen Sensoren auszustatten, um über die digitale Ebene größere Informationen zu erlangen. Mit Hilfe des maschinellen Lernens und der künstlichen Intelligenz können die Produktionsprozesse besser kontrolliert werden und von der Konzeption bis zur Auslieferung an den Kunden effizienter und intelligenter gestaltet werden. A COTEC Portugal é a principal associação empresarial portuguesa para a promoção da inovação e cooperação tecnológica empresarial. O universo da COTEC Portugal engloba empresas multinacionais, grandes grupos nacionais e PME’s, em vários sectores de atividade, representando, em termos agregados, mais de 16 porcento do PIB em valor acrescentado bruto e 8 porcento do emprego privado. As atividades principais da COTEC Portugal incluem a antecipação e reflexão sobre temas chave da inovação com impacto na competitividade das empresas, a ativação de plataformas e redes colaborativas e a contribuição para a melhoria de políticas públicas em matérias de inovação. Neste contexto insere-se também a Indústria 4.0, funcionando a COTEC como um intermediário entre as estruturas públicas e as empresas. A Impakt falou com Jorge Portugal, Diretor Geral da COTEC, que analisa o impacto da Indústria 4.0 no país. Impakt: A expressão Indústria 4.0 foi apresentado pela primeira vez em 2011, na HANNOVER MESSE. Desde quando é que o conceito ganhou importância também em Portugal? Jorge Portugal: O conceito original de 2011 foi, inicialmente, pensado para a indústria e baseia-se, sobretudo, na ideia de equipar com sensores digitais as máquinas que fazem parte dos processos de produção para ter acesso por via digital a um maior volume de informação. Com o apoio da aprendizagem automática e a inteligência artificial é possível controlar melhor os processos de produção e torná-los mais eficientes e inteligentes desde a conceção até à entrega do produto ao cliente. Quando o Governo português desenvolveu uma estratégia para a Indústria 4.0 em 2016, considerou-se que o conceito deveria ser aplicável a todos os setores da economia. No âmbito de um estudo realizado nessa altura, foi estudada a aplicação em quatro setores JORGE PORTUGAL - GESCHÄFTSFÜHRER COTEC / DIRETOR-GERAL DA COTEC TILO WAGNER

01 2022 / IMPAKT 15 Als die portugiesische Regierung im Jahr 2016 eine Strategie hinsichtlich Industrie 4.0 entwarf, sollte das Konzept auf alle Sektoren der Wirtschaft anwendbar werden. Und deshalb wurde in einer Studie die Anwendung auf vier verschiedenen Sektoren untersucht: Tourismus, Lebensmittelsektor, Spritzguss und Textilindustrie. Diese Tendenz ist mittlerweile weltweit spürbar: Industrie 4.0 beschränkt sich längst nicht mehr nur auf die Industrie, sondern auf viele andere Sektoren der Wirtschaft. I: COTEC arbeitet mit der Regierung bei der Umsetzung von Industrie 4.0 eng zusammen. Welche Schritte wurden bereits angegangen? JP: Das Programm Industrie 4.0 wurde ab 2017 von der Regierung zusammen mit COTEC konzipiert. Allerdings befanden sich die verschiedenen Sektoren auf sehr unterschiedlichem Niveau. Ein allgemein gültiger Ansatz konnte deshalb nicht für alle gleichzeitig gelten. Deshalb ging es in den ersten zwei Jahren des Programms vor allem darum, zu zeigen, was Industrie 4.0 eigentlich bedeutet und welche neuen Geschäftsmodelle durch die Integration neuer Technologien entstehen können. Gleichzeitig sollten die Unternehmer mobilisiert werden, Möglichkeiten zu identifizieren, wo in ihrem Unternehmen das Konzept einsetzbar sein könnte. Im Zentrum stehen immer die gleichen Ziele: Die Effizienz der Produktion bzw. die Produktivität und der Mehrwert sollen gesteigert und die Produkte schneller an den Endkunden ausgeliefert werden. Dadurch soll in den Unternehmen auch ein Gespür für eine strategische Vision des Betriebs herausgefiltert werden. In einer späteren Phase hat sich das Programm damit befasst, Manager und Techniker weiter aus- und fortzubilden, damit klar wird, welchen großen Nutzen sie aus der Integration der neuen Technologien schöpfen können. Gleichzeitig sollten noch mehr distintos: turismo, setor alimentar, moldes e indústria têxtil. Esta tendência pode, entretanto, ser observada a nível mundial: a Indústria 4.0 já não se limita apenas à indústria, mas a muitos outros setores da economia. I: A COTEC colabora em estreita ligação com o Governo na aplicação dos conceitos da Indústria 4.0. Quais os passos que já foram dados? JP: O programa Indústria 4.0 foi concebido a partir de 2017 pelo Governo em colaboração com a COTEC. No entanto, os diferentes setores encontravam-seemníveismuitodistintos. Uma abordagem comum, válida para todos, não seria então possível. Assim, os primeiros dois anos do programa foram ocupados a explicar o significado da Indústria 4.0 e que novos modelos de negócio podem surgir através da integração de novas tecnologias. Ao mesmo tempo, procurou-se mobilizar os empresários para identificarem onde, nas suas empresas, seria possível aplicar o conceito. No centro das atenções estão sempre os mesmos objetivos: a eficiência da produção, ou seja, o aumento da produtividade e do valor acrescentado e a diminuição do tempo de entrega do produto ao cliente final. Através deste processo pretende-se também que as empresas desenvolvam uma intuição mais apurada para uma visão estratégica do seu funcionamento. Numa fase posterior, o programa procurou dar aos gestores e técnicos formação inicial e contínua para que estes tivessem consciência sobre as enormes vantagens que poderiam retirar da integração das novas tecnologias. Ao mesmo tempo, mais empresas deveriam ser convencidas a implementar instrumentos da Indústria 4.0 nas suas fábricas. Por fim, procurou-se identificar projetos que tivessem uma abordagem transformativa, ou seja, © COTEC

INDUSTRIE 4.0 – WIE WEIT IST DIE VIERTE INDUSTRIELLE REVOLUTION IN PORTUGAL UND DEUTSCHLAND? INDÚSTRIA 4.0 – QUAL O AVANÇO DA QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL EM PORTUGAL E NA ALEMANHA? 16 IMPAKT / 01 2022 Unternehmen überzeugt werden, Instrumente aus dem Baukasten Industrie 4.0 in den Betrieben zu implementieren. Und schließlich sollten Projekte identifiziert werden, die einen transformativen Ansatz hatten, die also in ihrem Geschäftsfeld mit Hilfe von Industrie4.0neueMaßstäbeundeinehöhereWettbewerbsfähigkeit geschaffen haben. I: Die Technologien aus dem Baukasten 4.0 sind nicht preiswert und verlangen manchmal erhebliche Investitionssummen. Wie kann gewährleistet werden, dass KMU bei der Umsetzung von Industrie 4.0 nicht zurückfallen? JP: Zunächst lässt sich feststellen, dass die Kosten für Sensoren des Cloud Computing oder für Technologien wie die kollaborative Robotik tendenziell zurückgehen. Aber es liegt auch an den Unternehmen: Die Entscheidung darüber, welche Technologien tatsächlich notwendig sind, sollte sich daran orientieren, inwiefern dadurch die Produktivitätseffizienz gesteigert werden kann. Industrie 4.0 bringt ein Unternehmen auch dazu, sich allgemein Gedanken über das eigene Geschäftsmodell zu machen: Zum Beispiel die strategische Vision: Wo will das Unternehmen hin, was sind die Wettbewerbsvorteile? Dann muss das Unternehmen in die Technologien investieren, die diese Wettbewerbsvorteile erhöhen. Dabei kann eine Investition über mehrere Jahre hinweg geplant werden. Schließlich geht es um die Finanzierung. Entweder über eigenes Kapital, oder über öffentliche Programmewie zumBeispiel der portugiesischen Resilienz- und Aufbauplan oder die EUSubventionen; und schließlich kann das Geld auch von den Banken kommen, die wesentlich offener für innovative Projekte und Investitionen geworden sind. I: Fünf Jahre nach dem Beginn der Strategie Industrie 4.0 in Portugal: Welches Zwischenfazit ziehen Sie? JP: Insgesamt können wir ein positives Zwischenfazit ziehen. In Portugal gibt es nur noch wenige Unternehmen, die mit dem Konzept Industrie 4.0 nichts anfangen können. Und das gilt auch für die Verbänden, die in ihren Programmen für ihre Mitglieder que, na sua área de negócios tivessem criado novos parâmetros e uma maior competitividade com auxílio da Indústria 4.0. I: As tecnologias 4.0 não são baratas e requerem, nalguns casos, elevados investimentos. Como pode ser assegurado que as PME não ficam para trás na aplicação da Indústria 4.0? JP: Observamos que os custos de sensores para cloud computing ou para tecnologias como robótica colaborativa estão, tendencialmente, a reduzir. Mas também depende das empresas: a decisão sobre quais as tecnologias são, na realidade, necessárias deve ser tomada com base no aumento de produtividade que estas trazem à empresa. A Indústria 4.0 propicia que as empresas reflitam de uma forma geral sobre o seu modelo de negócios, como por exemplo, a sua visão estratégica: Para onde caminha a empresa, quis são as suas vantagens competitivas? Depois a empresa tem de investir nas tecnologias que contribuem para um aumento desta competitividade. Neste contexto, um investimento pode ser planeado ao longo de vários anos, o que nos leva finalmente ao financiamento: a empresa pode optar por financiarse através de capital próprio ou através de um programa público como, por exemplo, o Plano de Recuperação e Resiliência ou os fundos comunitários; outra opção é o financiamento atráves de crédito bancário, uma vez que os bancos se revelam atualmente muito mais abertos a apoiar projetos e investimentos inovadores. I: Cinco anos depois do início da estratégia Indústria 4.0 em Portugal: que balanço intermédio é possível fazer? JP: No geral, podemos fazer um balanço muito positivo. Existe em Portugal apenas um pequeno número de empresas que não sabem o que fazer com o conceito de Indústria 4.0, o que também é válido para as associações setoriais que colocaram a Indústria 4.0 nas suas agendas para os seus associados. Ao mesmo tempo foram disponibilizados consideráveis fundos públicos, destinados a apoiar as empresas no investimento em novas tecnologias. A COTEC enquanto intermediário, por assim dizer, entre o Governo e o setor privado, observou também como é que este financiamento poderia ser aplicado da forma mais eficaz. E a nossa colaboração entre o setor público e o privado recebeu mesmo os elogios expressos da União Europeia. I: Onde é que ainda existe necessidade de intervenção? JP: É fundamental convencer muito mais empresas a participarem na aplicação do conceito de Indústria 4.0. Existem ainda muitas empresas em Portugal às quais falta a visão estratégica necessária ao investimento emnovas tecnologias. Temos de nos dirigir a essas para que apanhem atempadamente o comboio da digitalização e consigam existir num ambiente de concorrência livre. A Indústria 4.0 promete uma solução dupla: na microeconomia confere às empresas maior eficiência e vantagens competitivas; e no ambiente económico macro é, desta forma, criada maior sustentabilidade e introduzida a mudança para uma economia de maior neutralidade climática. © COTEC

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