Governo aprova venda da Efacec aos alemães da Mutares

2023-06-16

A Mutares, holding alemã industrial cotada em bolsa e especializada na compra de empresas em dificuldades, foi a escolhida pelo Governo português para ficar com os 71,73 porcento da Efacec que o Estado nacionalizou, há três anos.

O Ministro da Economia apontou a "credibilidade, idoneidade e poder financeiro" da empresa, mas também a sua "capacidade de assegurar a sustentabilidade e o desenvolvimento da Efacec" como razões para a escolha. A expectativa dos alemães é poder ficar com a totalidade do capital, mas a negociação com os privados, TMG e Grupo Mello, está ainda em aberto, disse Costa Silva.

Pelo caminho ficaram as propostas do consórcio português formado pela Visabeira e pela Sodecia, bem como dos fundos Oaktree e Oxy Capital, nesta que é a segunda tentativa do governo para reprivatizar a parcela de capital que era detida por Isabel dos Santos, e que foi nacionalizada na sequência do escândalo Luanda Leaks.

O ângulo industrial da Mutares, que tradicionalmente mantém e cria valor para as adquiridas a longo prazo, terá sido determinante na escolha. Desde 2008, a alemã fez 75 aquisições, maioritariamente na Europa, mantendo hoje uma carteira de 32 empresas, com receitas anuais consolidadas de mais de quatro mil milhões. E algumas delas, incluindo Guascor, Exi, Nem, Balcke Dürr, Lapeyre e a operadora de transportes públicos da Dinamarca, a Arriva, podem trazer novo negócio à Efacec.

O Ministro da Economia justificou a escolha com o "reforço da autonomia financeira da Efacec e a minimização dos encargos para o Estado". Em causa estão, segundo o Governo, 132 milhões injetados na empresa e 85 milhões em garantias. "Meticulosamente analisada", a proposta da Mutares "abre a possibilidade, face a um mecanismo financeiro inovador de o Estado recuperar grande parte do investimento, senão a totalidade", sublinhou. O Estado ficará com um "direito económico" que lhe garantirá a partilha de valor.

Fonte: Dinheiro Vivo

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