Economia alemã longe da recuperação

2023-06-16

O Ministério Federal da Economia não vê ainda uma mudança no rumo da economia alemã, que está mergulhada numa recessão.

"A economia alemã continua a encontrar-se em águas difíceis no início do verão", afirma o Ministério no relatório mensal publicado esta semana. Os indicadores económicos atuais não apontam para uma recuperação notável no segundo trimestre deste ano. Um exemplo desta realidade são as encomendas à indústria que voltaram a cair em abril, depois da quebra já assinalada em março.

Os indicadores do ambiente económico também apontam para uma avaliação menos positiva da situação e das perspetivas. "A esperada recuperação económica na Alemanha parece, para já, ter sofrido um novo atraso", escreve o Ministério. "No entanto, tendo como pano de fundo a descida dos preços nos mercados energéticos globais, um novo abrandamento da dinâmica da inflação, acordos salariais mais elevados e uma recuperação económica global esperada, é de esperar uma recuperação económica moderada da economia alemã no decurso do ano".

A maior economia da Europa registou recentemente uma contração durante dois trimestres consecutivos, porque os consumidores reduziram os seus gastos menos devido à perda de poder de compra motivada pela elevada inflação. Os economistas falam de uma "recessão técnica". No entanto, não se vislumbra atualmente uma recessão "económica" no sentido de uma quebra profunda e prolongada do desempenho económico, com capacidades subutilizadas, queda dos investimentos, diminuição do emprego e aumento do desemprego", sublinhou o ministério. O emprego tem continuado a aumentar recentemente, enquanto a utilização da capacidade na indústria está acima da sua média de longo prazo.

Entretanto, os economistas já não excluem que a economia alemã também venha a registar uma contração em 2023. De acordo com o Ministro da Economia, Robert Habeck, o produto interno bruto poderá aumentar um pouco mais no próximo ano do que se pensava anteriormente. Um crescimento de 1,6 ou talvez até 1,9 porcento seria então possível, disse o político esta semana.

Fonte: Handelsblatt

 
 
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