Segunda vaga de Covid sobrecarrega a economia alemã

O clima de negócios das empresas alemãs voltou a piorar no início do novo ano face ao prolongamento das medidas impostas para controlar a pandemia.

O índice de clima de negócios do Instituto Ifo, o mais importante indicador da conjuntura na Alemanha, apontou para uma queda de 2,1 pontos em relação ao mês anterior, depois de uma subida no final de 2020.

Clemens Fuest, Presidente do Instituto Ifo, já comentou os resultados do inquérito que envolveu cerca de 9000 empresas: “A segunda vaga da pandemia que está a afetar a Alemanha colocou, para já, um travão à recuperação da economia.” Tanto a situação atual como as previsões para os próximos seis meses foram avaliadas como “piores” pelos inquiridos. Particularmente atingido foi o setor dos serviços; no comércio, o índice desceu de 0,3 pontos positivos para menos 17,2. Mesmo no setor da construção, até agora um dos mais sólidos, as previsões das empresas são mais pessimistas.

Michael Holstein, economista-chefe do Banco DZ confirma: “Neste início de ano, as empresas revelam o seu desencanto”. Carsten Brzeski, economista-chefe para a Alemanha do Banco ING, acredita que os efeitos das medidas mais severas contra a pandemia já se fazem sentir, enquanto Uwe Burkert, do Banco Regional de Baden-Württemberg considera a queda nas expetativas de negócios como preocupantes: “Estes dados negam a previsão de que, após o avanço da vacinação, seria sentido um alívio na conjuntura económica já no verão”.

Perante os apoios estatais que chegam apenas lentamente, Fuest defendeu a implementação de instrumentos mais flexíveis. Avisou ainda sobre as consequências nefastas de um lockdown radical: “Seria uma loucura encerrar o setor industrial agora. Não nos podemos permitir um desabamento económico. Seria necessário continuar a apoiar as empresas encerradas. De onde viriam esses fundos?”

Na opinião de Fuest, a crise provocada pelo coronavírus não tem de levar, necessariamente, a uma onda de falências. “É natural que haja mais situações de insolvência, mas podemos sobreviver a esta pandemia sem um número exagerado de falências se tivermos uma abordagem correta”.

Fonte: dpa

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