Clima económico melhora na Alemanha apesar do confinamento

2021-02-26

O índice de confiança empresarial na Alemanha, calculado pelo instituto de investigação económica IFO, em Munique, atingiu em fevereiro o valor mais elevado desde novembro de 2020, quando o país entrou de novo em confinamento.

Os alemães têm vindo a debater um alívio gradual das restrições em vigor. Algumas escolas primárias de algumas regiões retomam já a atividade letiva presencial e pequenos negócios como os cabeleireiros estão a dias da reabertura, a 1 de março. Mesmo sem desconfinamento marcado, o clima empresarial na maior economia da Europa melhorou nos últimos 30 dias, graças sobretudo ao empurrão de confiança vindo da indústria transformadora.

Segundo os dados divulgados esta semana, o indicador de clima económico subiu para 92,4, atingindo o valor mais elevado em quatro meses, depois de em janeiro se ter situado nos 90,3. O resultado supera a estimativa de analistas, que esperavam uma melhoria muito ligeira de apenas 0,2 pontos face a janeiro, segundo indica a agência Reuters. Ainda assim, o resultado de fevereiro de 2021 fica 3,3 pontos abaixo do registado em janeiro de 2020, último mês antes de a pandemia se fazer sentir na Europa.

Para este resultado de agora, melhor do que o esperado, contribuíram melhorias em praticamente todos os sectores económicos, mas com especial relevância no da indústria transformadora, onde o índice de confiança IfO atingiu o valor mais alto desde 2018.

“O sentimento entre gestores na Alemanha melhorou de forma notável. A avaliação da actual situação das empresas foi mais positivo. Além disso, o pessimismo face aos próximos meses recuou de forma marcante”, comenta Clemens Fuest, presidente do IFO, numa apreciação geral.

No sector dos serviços, o indicador de clima económico também melhorou. A situação das empresas teve melhor avaliação do que em janeiro e havia mais otimismo face aos próximos meses. Porém, pela primeira vez, há sinais de enormes cautelas da indústria do turismo face à próxima época de férias. No sector do comércio, a confiança melhorou um pouco após a quebra em janeiro. O pessimismo continua a reinar e a situação das empresas voltou a ter uma nota pior. As vendas caíram devido ao confinamento.

Por fim, na construção, as expectativas são mais otimistas, apesar de a situação das empresas ter obtido uma pontuação mais baixa. Isso ficou, no entanto, a dever-se a condições meteorológicas extremas, com muito frio, indica o IFO.

Fonte: Público

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