Economia alemã poderá compensar quebras causadas pela pandemia

2021-03-26

Apesar do lockdown prolongado na Alemanha, é crescente o número de economistas que se mostra otimista em relação à recuperação económica do país.

Já outros avisam que serão perdidas oportunidades se se mantiverem as atuais orientações políticas.

Sebastian Dullien, Diretor do Instituto de Investigação de Macroeconomia e Conjuntura (IMK) pertence ao primeiro grupo e avança com uma previsão de crescimento da economia em torno dos cinco porcento. Apesar do prolongamento do confinamento no país, optou por não rever em baixa a sua previsão anterior: “Apesar de a pandemia ainda não estar vencida do ponto de vista médico e, por isso, continuarem a existir riscos, do ponto de vista económico podemos esperar um desanuviamento depois dos tempos difíceis de 2020”.

O Diretor do IMK responsabiliza as políticas do Governo Federal por esta evolução: apesar de algumas críticas justificadas em relação à demora nos pagamentos dos apoios, o Governo conseguiu estabilizar a economia. Durante o ano será de esperar um aumento do consumo privado em consequência do levantamento das medidas de confinamento. Também as alterações de algumas políticas fiscais deram um impulso ao consumo.

As exportações são outro aspeto que deixam Dullien otimista. A Alemanha beneficia das ordens de compra que chegam da Ásia e dos Estados Unidos, países nos quais a situação económica já está a melhorar em virtude de um combate mais eficaz contra a Covid-19 ou graças a maiores apoios à recuperação económica. O facto de a indústria alemã ser impulsionada pela economia mundial leva também Gabriel Felbermayr, do Instituto de Economia Mundial de Kiel a acreditar num crescimento de 3,7 porcento da economia alemã.

O Instituto Ifo de Munique mostra-se otimista, partindo de um crescimento de 3,7 porcento, mas apresenta já uma redução para 3,4 porcento, caso a pandemia não evolua para uma melhoria. Por sua vez, o Instituto da Economia Alemã (IW) corrigiu a sua previsão para baixo, para três porcento. Embora a indústria tenha recuperado do choque da pandemia em 2020, outros setores como a gastronomia e o comércio continuam sem perspetivas.

O Instituto Ifo prevê que a pandemia venha a custar à Alemanha uma quebra de 400 mil milhões de euros na prestação económica entre 2020 e 2022. O desemprego aumentou e já afeta 2,7 milhões de alemães; em 2022 deverão ser ainda 2,44 milhões.

Fonte: Süddeutsche Zeitung

 

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