Os jovens alemães estão preocupados que não consigam realizar a sua formação profissional durante a pandemia.
Um estudo da Fundação Bertelsmann revelou que 71 porcento dos 1700 jovens inquiridos (entre os 14 e os 20 anos) receiam que o coronavírus tenha agravado as suas chances de encontrar uma colocação numa empresa para realizarem a sua formação dual. Segundo o inquérito, que foi realizado em fevereiro e março, 53 porcento acredita que a política pouco ou nada tenha feito para apoiar os jovens que procuravam um lugar de formação.
A Confederação Sindical da Alemanha já avisou que estamos perante uma “geração perdida”. De acordo com a Agência Federal do Trabalho, cerca de 190 mil jovens procuravam uma empresa para realizarem a sua formação sem terem uma alternativa. A estes acresce ainda um número desconhecido de jovens que abandonaram o ensino e que não estão registados na Agência e por isso procuram um lugar por iniciativa própria. Anja Piel, do Conselho de Administração da Agência Federal do Trabalho, explica que “por causa da pandemia não se realizaram sessões de orientação profissional presenciais nas escolas nem aconselhamento pessoal. O número de vagas para formação tem vindo a descer há vários anos”. Mas apela também para que o Governo tome uma iniciativa e não assista de longe enquanto uma geração inteira de finalistas do sistema de ensino fica sem formação, tal como está a acontecer neste segundo de pandemia.
No ano passado, o número de contratos de formação profissional tinha descido ao seu valor mais baixo desde a reunificação da Alemanha. Apenas 465.200 pessoas iniciaram em 2020 uma formação profissional, menos 9,4 porcento que no ano anterior. A quebra foi superior até à verificada durante a crise financeira de 2008.
A situação apresenta-se bem mais favorável àqueles que pretendem iniciar agora os estudos no ensino superior, conclui o inquérito da Fundação Bertelsmann. Apenas um quarto dos inquiridos considera que as suas possibilidades de encontrar uma vaga em virtude da pandemia tenham sido comprometidas.
A Fundação apela para que seja assegurado que todos os jovens tenham perspetivas de formação, pois trata-se de uma questão de igualdade de oportunidade que serve para assegurar a existência de recursos humanos especializados.
Fonte: dpa
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