O Ministro da Economia alemão, Robert Habeck, aponta a imigração em massa como principal solução para a escassez de trabalhadores, um problema que tem sérias consequências no desempenho económico da maior economia da Europa. Habeck receia que, para além dos efeitos sobre a economia da falta de mão-de-obraqualificada, esta venha também a colocar em risco uma transição energética bem-sucedida.

Segundo Habeck, existem atualmente 300 mil vagas de emprego e antecipa-se que este número chegue ao milhão ou mais. “Se não resolvermos esta lacuna, teremos problemas sérios ao nível da produtividade”, afirma o Ministro. “Embora a melhoria da formação e a flexibilidade na combinação de empregos com a família ajude, será necessário reforçar áreas profissionais como as engenharias, os artesãos e cuidadores com a entrada de imigrantes qualificados”, referiu Habeck.

O colapso nas cadeias de abastecimento e a recuperação económica a meio gás desencadearam uma maior procura de trabalhadores. Acresce a esta realidade o encerramento das fronteiras por causa da pandemia, o que resultou num agravamento da situação. Em consequência, muitos setores tiveram de aumentar significativamente os salários, uma solução que, para já, se revelou insuficiente para resolver o problema.

A situação gerou uma competição entre os países desenvolvidos para atrair talentos. Em particular, países como Austrália, Canadá ou Alemanha, que estão a oferecer melhores condições aos migrantes e a aumentar rapidamente as suas autorizações de residência.

Fonte: Jornal Económico