A Alemanha vê avançar a alteração demográfica e poderá, até 2030, enfrentar a falta de cinco milhões de profissionais nas suas empresas. A conclusão é do Instituto da Economia Alemã (IW) que justifica esta evolução com o número crescente de babyboomers (a geração nascida entre 1946 e 1964) que se reforma e a falta de profissionais que os possam substituir. Só em 2022, a diferença entre o número de pessoas que irá aposentar-se e o número que irá entrar no mercado de trabalho será de 300.000, de acordo com Holger Schäfer, economista do IW.

Os números do IW não deixam margem para dúvidas: em 1964 nasceram 1,4 milhões de pessoas cuja maioria reformar-se-á em 2029. Nesse mesmo ano, entram para o mercado de trabalho os nascidos em 2009 – apenas 736.000 pessoas, ou seja, uma diferença de 670.000 potenciais profissionais.

Além do efeito da falta de profissionais no desempenho das empresas, são também de considerar as consequências para a segurança social: os ativos têm de providenciar para os que estão reformados. Se a relação entre os dois grupos sofre uma alteração profunda, com mais reformados que ativos, o contributo destes últimos terá de ser muito superior. Para contrabalançar esta tendência, será necessária uma imigração controlada de profissionais ou a entrada de um maior número de pessoas no mercado de trabalho ou, idealmente, as duas. Mas Schäfer não se mostra otimista: “A diferença crescente entre os dois grupos será cada vez mais difícil de compensar”.

Fonte: Spiegel