Nas últimas três semanas, o risco de a Alemanha entrar em recessão passou de 23,9 para 65,4 porcento, ou seja, praticamente triplicou.

O aviso foi feito pelo Instituto de Investigação da Macroeconomia e Conjuntura (IMK), que também informou que este é o valor mais elevado desde março de 2020, quando numerosas atividades económicas foram reduzidas por causa da pandemia.

O IMK baseia a sua previsão num conjunto de indicadores conjunturais e considerando também dados dos mercados financeiros e indicadores de confiança. Entre os fatores citados pelo IMK como causa do agravamento da situação está a subida drástica da inflação em virtude do aumento dos preços energéticos assim como as dificuldades no fornecimento de materiais que voltaram a surgir depois de algumas cidades chinesas como Xangai estarem a ser afetadas por uma nova onda de infeções por Covid-19. A pressão sobre as cadeias de fornecimento e os elevados custos de transporte afetam sobretudo a indústria. Depois de um aumento das encomendas à indústria assinalado em 2021, voltam a assinalar-se quebras no setor.

Segundo Thomas Theobald, do IMK, “os presentes indicadores apontam para o facto de a economia alemã registar, até à segunda metade do ano, dois trimestres consecutivos com descidas do PIB”, o que corresponde à definição de uma ligeira recessão. Destaca ainda que o Governo reagiu com rapidez à situação, apresentando programas de apoio para alivar as empresas nos custos energéticos, além de ter sido já aprovado um pacote de ajudas às empresas que são mais afetadas pela guerra na Ucrânia.

Fonte: dpa